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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A mudança da cultura e a cultura da mudança: cultura, desenvolvimento e transversalidade nas políticas culturais. José Márcio Barros

FICHAMENTO: A mudança da cultura e a cultura da mudança: cultura, desenvolvimento e transversalidade nas políticas culturais. José Márcio Barros,.in: Pensar e Agir com a cultura: desafios da gestão cultural. Org. Jose Marcio Barros e José Oliveira Junior. Belo Horizonte. Observatório da Diversidade Cultural, 2011. 156p.

“Por cultura penso, como a Antropologia o faz, um processo através do qual o homem atribui sentidos ao mundo. Códigos através dos quais pessoas, grupos e sociedade classificam e ordenam a realidade. A cultura é a instância onde o homem realiza sua humanidade.” P 50

“para deixar claro que não existem culturas estáticas e que o debate sobre a relação entre o desenvolvimento e a diversidade cultural não pode se recusar a esta tensão. Toda cultura muda,(...)motivada por trocas culturais desastrosas ou por sincretismos singulares. (...) o que é diferente de cultura para cultura também de instituição para instituição é o tipo de movimento que resulta a mudança e as negociações político-simbólicas cm a permanência.” P 51

“Contemporaneamente, emerge um novo modelo cultural, fruto de uma radical transformação na experiência com o tempo e com o espaço, motivada pelo que os especialistas chamam de globalização ou mundialização.” P 52

“Sociedades contemporâneas são aquelas onde grande parte de nossa experiência identitária e de cidadania foi deslocada para as relações de consumo. Nestas sociedades, e em suas instituições, as mudanças não geram necessariamente transformações. São mudanças conservadoras, motivadas por circunstâncias e não por conceitos” P.52

“Pensar numa cultura da mudança significa pensar na maneira como sociedade, instituições e sujeitos constroem sentidos para mudar.p 53

“há mudanças e mudanças. Mudanças que produzem desenvolvimento e mudanças que consolidam a permanência da desigualdade, mudanças que produzem movimento e mudanças que paralisam. É assim que penso a possibilidade da cultura se lugar de transformações sociais. “ p 53

“é com a construção política, teórica e metodológica dos indicadores de desenvolvimento humano que esta relação começa a se esboçar de forma propositiva, através da ampliação do conceito de desenvolvimento para além da realização econômica e a construção de indicadores políticos e culturais.” P 54

“Além de gerar trabalho e fazer circular riquezas, a participação da cultura no desenvolvimento se dá também na maneira como ela oferece aos indiciduos, grupos e sociedades algo que lhe é essencial: a identidade. Aqui a identidade dever ser entendida como valor que marca e produz autoestima. Portanto, uma identidade que pode produzir oportunidades e empreendimento.” P 55

“A cultura gera desenvolvimento humano porque fornece instrumentos de conhecimento, reconhecimento e autoconhecimento. Ou seja, porque gera identidade. Na segunda dimensão, a cultura incide sobre as condições materiais de vida, gerando riqueza.” P 55

“Kliksberg (2001), chama a atenção para o fato de que o conceito de “capital social” abriu portas para um vigoroso processo de revisão das relações entre cultura e desenvolvimento.” P 57

“Do ponto de vista antropológico, a diversidade cultural constitui o grande patrimônio da humanidade. “p 57

“A diversidade cultural, tanto no interior de cada sociedade, quanto entre as diferentes e distantes realidades, configura-se como a mais radical expressão da singularidade humana.” P 58

“A compreensão da diversidade cultural e sua integração com a questão do desenvolvimento, da cidadania e da transformação social vêm exigindo cada vez mais, especialmente, entre aqueles protagonistas de projetos e iniciativas culturais emancipatórias, um grande esforço reflexivo que possa avançar as duas polaridades mais imediatamente reconhecíveis neste campo.” P64

“Articular cultura, diversidade e desenvolvimento vem exigindo posturas e perspectivas mais dinâmicas, (...) a compreensão de que a proteção da diversidade cultural não significa a adoção de medidas restritivas que condenem cada cultura a ela própria,mas a adoçaõ de medidas politicas e econômicas que evitem a transformação das trocas culturais em processos de mão única, que reforça, a concentração cultural e submetem a cultura à lógica exclusiva do mercado globalizado.” P 65

“O desafio hoje, a todos que, de lugares os mais diferentes, a partir de estratégias as mais diversas, tomam a memória e a subjetividade como instrumento insubstituíveis na construção das identidades no contexto da diversidade cultural, é o de, para uns, “criar condições para o enfrentamento da experiência dos vazios de sentidos, provocados pela dissolução de suas figuras,” visando a reconstrução de sua condição de sujeito ativo, para outros, o de, ao “viciar-lhe em seu eu histórico”, moldá-lo como sujeito aberto às transformações e às diferenças.” P 66



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