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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Diversidade cultural e gestão: sua extensão e complexidade.


Fichamento: Jose Marcio Barros. Diversidade cultural e gestão: sua extensão e complexidade. in: Pensar e Agir com a cultura: desafios da gestão cultural. Org. Jose Marcio Barros e José Oliveira Junior. Belo Horizonte. Observatório da Diversidade Cultural, 2011. 156p.


“Diversidade cultural e gestão são expressões que, longe de revelarem consenso e homogeneidade, nos remetem ao campo das ambiguidades e contradições com que pensamos e nomeamos nossas diferenças e nossos modos de geri-las.”p 20

“A diversidade cultural é, forçosamente, mais que um conjunto de diferenças de expressão, um campo de diferentes e, por vezes divergentes modos de instituição.” P21

“Diversidade cultural é a diversidade de modos de se instituir e gerir a relação com a realidade.” p 21

“Identificar o campo da cultura popular e as práticas culturais periféricas como portadoras de uma incapacidade gerencial, normalmente traduzida como incompetência em transformar contingencias em oportunidades, parece ser o bordão que alimenta a cadeia produtiva das consultorias culturais hoje no Brasil.A redução de competências gerencias à adoção de princípios do planejamento estratégico,bem como a definição da praticado empreendedorismo restrita aos editais de financiamento publico e privado são a face visível dos novos colonizadores da gestão cultural. Tal e qual o campo das politicas sociais e das praticas assistencialistas, a cultura traduzida em oportunidade parece movimentar um significativo nicho de mercado.” P 22

“Sob a batuta discursiva da participação democrática, consolida-se a ideia e a pratica de que mais vale multiplicar os modelos provisórios de atenção à diversidade cultural , através de projetos, oficinas, concursos e prêmios, do que pluralizar, ampliar e multiplicar as instituições permanentes de trabalho com a cultura.” p 22

“A perspectiva cultural da diversidade busca a realização de um conjunto de posturas e ações marcadas pelo objetivo de promover a inclusão pela superação da meritocracia, considerada historicamente provedora da discriminação.” p 23,24

 “A gestão da diversidade cultural é assim pensada como estratégia de negócios que transforma um problema, a presença dos diferentes desiguais, em oportunidades.” P24

“A diversidade é tratada como uma “situação onde os atores de interesse não são semelhantes em relação a algum atributo” e tais diferenças precisam ser transformadas de potenciais conflitos em oportunidades produtivas (SCHMIDT, s.d).” p 24,25

“A articulação entre diversidade cultural e gestão parece partir de um pressuposto muito em voga que articula a cultura com o desenvolvimento.” P 25


“Desvelar os sentidos que atribuímos à perspectiva de desenvolvimento na e através da cultura é tarefa sempre necessária e oportuna para se compreender a questão da gestão. (...) Aqui, a gestão da diversidade constituir-se-ia para além da catalogação de curiosos modelos normativos no difícil exercício de troca e hibridização dos mesmos. O reconhecimento da diversidade cultural poderia se transformar em experiência com as mesmas, tanto no campo subjetivo estético, quanto na dimensão normativa e racional. Em ambas, estaríamos explorando a dimensão simbólica da diversidade cultural, traduzindo-a como experiência de diversas ordens.” P 26 

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