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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Educação Bilíngue e políticas Educacionais para surdos;

A educação bilíngue propicia ao surdo a utilização do seu direito linguístico, com uma língua que não depende da audição para ser adquirida, na modalidade espaço-visual. A partir do uso constante da Libras, o surdo se torna crítico, capaz de ser um bom leitor e pensador. A educação bilíngue propõe a língua de sinais como primeira língua, portanto ela é a língua utilizada para acesso à informação e o ensino da língua portuguesa se dá como segunda língua, não se esquecendo das características visuais dos surdos.
A escola exerce papel fundamental no desenvolvimento das crianças surdas, tendo em vista que a maioria delas possui pais ouvintes não detentores da língua de sinais, o que dificulta o acesso dessas crianças a sua língua materna. Portanto o professor quando se depara com essa criança precisa se utilizar de diversos artifícios para que esta compreenda o conteúdo. Seria adequado que todos os profissionais envolvidos fossem fluentes em libras, para que assim auxilie o aluno a desenvolver a respeito de sua cultura e identidade.
O que de fato não acontece nas escolas inclusivas onde a Libras é utilizada apenas como acesso ao português, não existindo adaptações a cultura do aluno, onde na maioria das vezes os alunos são considerados incluídos, porém as metodologias apenas tentam iguala-lo ao ouvinte, não existindo um respeito as características linguísticas deste aluno. 
A Comunidade Surda e pesquisadores discutem a respeito da importância de ofertar uma educação bilíngue aos surdos, para a valorização da capacidade e singularidade do alunado surdo.
Cabe também a todos os envolvidos no processo educativo o conhecimento a respeito da especificidade com a qual se pretende trabalhar. As políticas educacionais adotadas no país colaboram para a difusão e propagação da Libras, porém de fato existem diversas falhas, pois a organização sobre o que deve ser ensinado, se quer foi discutida, portanto esta política exerce o papel de controlar, mas é a escola e o profissional da educação que são os agentes causadores desta revolução educacional. A política educacional da inclusão fez do surdo pertencente a comunidade mas é somente em sala de aula que o professor passa a perceber as singularidades deste individuo.
A criação da disciplina de Libras com caráter obrigatório nos cursos de licenciatura e formação de professores, também fonoaudiologia em todo o país é uma das políticas adotadas pelo governo na intenção de mudança desta realidade. A oferta da disciplina em cursos de formação pretende informar sobre a surdez e a libras para futuros profissionais da educação. Mas existem falhas no processo, pois o país não possui profissionais habilitados e capacitados para a docência no campo superior, de modo a suprir toda a carência nacional.
A falta de sistematização da disciplina, a carência de material didático e também teórico pedagógico sobre a questão é o maior impasse exercido por essa política nacional. Apesar das falhas o processo acontece de maneira gradual, com pesquisas surgindo de todas as esferas a respeito do tema, a criação de cursos para formação de professores habilitados em Libras, e vagas destinadas a estes cursos ofertadas apenas pelo SISU são metodologias implementadas no país para a formação destes profissionais habilitados.

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