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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Metodologias de Ensino de Línguas

O papel do professor hoje tem uma característica diferente do século passado. Hoje a escola é responsabilizada pela sociedade, as famílias colocam a responsabilidade da educação de seus filhos nos professores que passam apenas algumas horas por dia com esses alunos. Com essas mudanças as responsabilidades desse profissional se tornaram maiores e não terminaram as dificuldades com diversas situações como falta de materiais fundamentais para o exercício de sua função.
Consegue se perceber através da prática as diferenças significativas que podem ocorrer nas diversas modalidades de ensino, dentro do ensino de línguas a Libras se encaixa como metodologia de língua estrangeira para os ouvintes, a maioria deles não possuem contato com a comunidade surda e o processo de aprendizagem se torna demorado, levando em consideração que não existe a imersão.
Ainda não existem muitos estudos que falam a respeito das metodologias do ensino de línguas de sinais, mas sabe-se que as métodos utilizados para adquirir uma segunda língua depende de diversos fatores para sua eficácia Gesser diz:

O processo de aquisição/aprendizagem de L2/LE é fenômeno bastante complexo, pois há nele uma variedade de fatores. Por exemplo, idade, gênero, interesse, aptidão, e fatores sócio-psicológicos como motivação, personalidade, atitude, estilo cognitivo, estratégico são de suma importância para se compreender se ocorre e como ocorre a aprendizagem pelos alunos.(GESSER, 2010,p. 34)


Já o ensino para indivíduos surdos possui outra metodologia, tendo em vista que esta é sua primeira língua, e o aprendizado acontece de maneira gradual, visualmente, através da interação. Aos poucos quando o individuo começa a observar a língua ele vai percebendo e criando conceitos. Isto também acontece com os indivíduos ouvintes, mas por ser uma modalidade diferente, esse possuem aprendizados diferentes. (VYGOTSKY, 2000)
O ensino de línguas por sua vez possui diversos estudos, mas a intencionalidade na maioria das vezes é com relação as línguas orais, que por diversos momentos é possível colocar as línguas de sinais nas regras destas. O importante, portanto, é conseguir conciliar a metodologia de ensino de línguas correta para se alcançar o resultado esperado.
Até o século XVIII perdurou no ensino de línguas estrangeiras o método da Gramática e Tradução, “Trata-se de uma mera continuação da maneira como se ensinava o latim e o grego há séculos, com o único objetivo de formar eruditos.” (BOAS, p.3), aqui então, o ensino das línguas estrangeiras priorizava a leitura. Ao final do século XIX o método Direto prevalece, onde as aulas passam a ser ministradas na língua alvo e abole-se o uso de traduções.
Surge então no século XX o método Audiolingual, utilizado pelo exercito para aprender rapidamente a língua dos inimigos, considerado um método eficaz e rápido, a intensidade das aulas faz do método muito eficaz, segundo BOAS, as aulas eram ministradas durante oito a dez semanas todos os dias de oito a doze horas por dia, e segundo ele foram ensinadas mais de cinquenta línguas com sucesso para soldados neste método.
Com as ideias Gerativistas de Chomsky, surgem alguns novos métodos de ensino após a década de setenta, destacando-se a relevância do caráter afetivo para a eficácia do aprendizado. Dentre esses métodos propostos a Abordagem Comunicativa, discute como a proficiência pode ser alcançada em alguma língua, a principal característica dessa abordagem é a importância dada para o significado da língua em seus diferentes contextos.
No caso do ensino de Língua de Sinais como segunda língua[1], deve- se observar essa característica do uso da língua em seus contextos. A língua de sinais é viva e como qualquer outra sofre alterações com relação ao uso de determinadas expressões ou palavras. O busca pelo contato e convívio do aprendiz de Libras com a comunidade surda é essencial para que esse uso seja aperfeiçoado a cada dia.




[1] Quando me refiro a Libras como segunda língua, expresso por parte da comunidade Ouvinte, pois sabemos que o surdo após ter contato com a língua de sinais ‘normalmente’ se identifica e assume a Libras como sua primeira língua e deixando o português para sua segunda língua.

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