O papel do professor hoje tem uma
característica diferente do século passado. Hoje a escola é responsabilizada
pela sociedade, as famílias colocam a responsabilidade da educação de seus
filhos nos professores que passam apenas algumas horas por dia com esses
alunos. Com essas mudanças as responsabilidades desse profissional se tornaram
maiores e não terminaram as dificuldades com diversas situações como falta de
materiais fundamentais para o exercício de sua função.
Consegue se perceber através da
prática as diferenças significativas que podem ocorrer nas diversas modalidades
de ensino, dentro do ensino de línguas a Libras se encaixa como metodologia de
língua estrangeira para os ouvintes, a maioria deles não possuem contato com a
comunidade surda e o processo de aprendizagem se torna demorado, levando em
consideração que não existe a imersão.
Ainda não existem muitos estudos que
falam a respeito das metodologias do ensino de línguas de sinais, mas sabe-se
que as métodos utilizados para adquirir uma segunda língua depende de diversos
fatores para sua eficácia Gesser diz:
O processo de aquisição/aprendizagem de L2/LE é fenômeno
bastante complexo, pois há nele uma variedade de fatores. Por exemplo, idade,
gênero, interesse, aptidão, e fatores sócio-psicológicos como motivação,
personalidade, atitude, estilo cognitivo, estratégico são de suma importância
para se compreender se ocorre e como ocorre a aprendizagem pelos
alunos.(GESSER, 2010,p. 34)
Já
o ensino para indivíduos surdos possui outra metodologia, tendo em vista que
esta é sua primeira língua, e o aprendizado acontece de maneira gradual,
visualmente, através da interação. Aos poucos quando o individuo começa a
observar a língua ele vai percebendo e criando conceitos. Isto também acontece
com os indivíduos ouvintes, mas por ser uma modalidade diferente, esse possuem
aprendizados diferentes. (VYGOTSKY, 2000)
O
ensino de línguas por sua vez possui diversos estudos, mas a intencionalidade
na maioria das vezes é com relação as línguas orais, que por diversos momentos
é possível colocar as línguas de sinais nas regras destas. O importante,
portanto, é conseguir conciliar a metodologia de ensino de línguas correta para
se alcançar o resultado esperado.
Até
o século XVIII perdurou no ensino de línguas estrangeiras o método da Gramática
e Tradução, “Trata-se de uma mera continuação da maneira como se ensinava o
latim e o grego há séculos, com o único objetivo de formar eruditos.” (BOAS,
p.3), aqui então, o ensino das línguas estrangeiras priorizava a leitura. Ao
final do século XIX o método Direto prevalece, onde as aulas passam a ser
ministradas na língua alvo e abole-se o uso de traduções.
Surge
então no século XX o método Audiolingual, utilizado pelo exercito para aprender
rapidamente a língua dos inimigos, considerado um método eficaz e rápido, a
intensidade das aulas faz do método muito eficaz, segundo BOAS, as aulas eram
ministradas durante oito a dez semanas todos os dias de oito a doze horas por
dia, e segundo ele foram ensinadas mais de cinquenta línguas com sucesso para
soldados neste método.
Com
as ideias Gerativistas de Chomsky, surgem alguns novos métodos de ensino após a
década de setenta, destacando-se a relevância do caráter afetivo para a
eficácia do aprendizado. Dentre esses métodos propostos a Abordagem
Comunicativa, discute como a proficiência pode ser alcançada em alguma língua,
a principal característica dessa abordagem é a importância dada para o
significado da língua em seus diferentes contextos.
No
caso do ensino de Língua de Sinais como segunda língua[1],
deve- se observar essa característica do uso da língua em seus contextos. A
língua de sinais é viva e como qualquer outra sofre alterações com relação ao
uso de determinadas expressões ou palavras. O busca pelo contato e convívio do
aprendiz de Libras com a comunidade surda é essencial para que esse uso seja
aperfeiçoado a cada dia.
[1]
Quando me refiro a Libras como segunda língua, expresso por parte da comunidade
Ouvinte, pois sabemos que o surdo após ter contato com a língua de sinais
‘normalmente’ se identifica e assume a Libras como sua primeira língua e
deixando o português para sua segunda língua.
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