Alguns
ainda percebem a pessoa surda como um deficiente físico, onde a ela lhe falta o
sentido da audição, acarretando em uma falha. Essa atitude faz do individuo
surdo uma espécie de cobaia, onde médicos, na maioria ouvintes, pretendem
encontrar através de implantes e cirurgias a cura para essa surdez, fazendo
este individuo ser um cidadão ‘normal’. Aqui encontramos um ponto de luta de
alguns Surdos e ouvintes que não concordam com esta atitude, para este outro
grupo os indivíduos surdos apenas possuem uma característica linguística
diferente dos ouvintes.
A
surdez vista a partir do campo dos Estudos Surdos vê esta como uma
característica, que faz deste individuo pertencente a uma cultura especifica,
cultura muitas vezes sentida apenas por quem realmente é surdo, Lopes (2010)
mostra que a surdez deve ser olhada de outra forma que não a da deficiência. O reconhecimento da língua de sinais como
meio legal de expressão desta comunidade no Brasil a partir da Lei 10.436/2002,
fez com que mais pessoas se interessassem por este campo de estudo.

O
uso da Língua de Sinais Brasileira – Libras, na esfera educacional proporciona
ao aluno surdo diversas possibilidades de reflexão e compreensão do conteúdo.
Há algum tempo o uso desta língua no meio educacional foi proibido, o que pode
ser percebido quando nos deparamos com a história do Instituto Nacional de
Educação dos Surdos que somente a partir da década de 1990 foi liberado o uso
da língua de sinais entre professores e alunos, porém hoje com estudo
referentes à surdez em alta é notório que o uso da Libras é primordial para que
o aluno surdo seja alfabetizado, pois com a Libras mediando o ensino do
português este passa a ser compreendido e o significado das palavras mais
relevante. O português deve ser ensinado como segunda língua com metodologias
adequadas ao aluno surdo.
Mas apenas o uso nas escolas não caracteriza a
Libras como língua oficial, para isso realmente acontecer existe uma cultura e
comunidade que estão lutando por uma educação de qualidade aos surdos. A
cultura surda possui algumas características não pertencentes às demais
culturas. A característica principal
está ligada justamente ao fato de não ouvir, sendo assim os demais sentidos vistos
de modo diferente, o surdo é capaz de ‘ouvir’ através da visão, do tato, olfato
e paladar, com maior ênfase do que os que possuem a audição.

Com
essa questão da barreira comunicativa, criou-se uma identidade surda, esta
identidade está caracterizada pela escolha linguística que o sujeito surdo
escolhe, quando este conhece a língua de sinais e faz dela sua forma de
comunicação já pertence a uma comunidade, onde dentro dela estão pessoas
ligadas aos surdos de maneira em geral, a característica principal desta
comunidade é o uso da língua de sinais como forma de comunicação com surdos.
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