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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A língua de sinais e os desafios para educação e letramento de surdos;

Estudos a respeito da surdez e do individuo surdo concebidos a partir do campo dos Estudos Surdos, campo que percebe o cidadão surdo como um sujeito de direito analisando-o no aspecto cultural e linguístico especifico a sua singularidade, porém Quadros nos mostra que atualmente a criança surda vem sendo alfabetizadas com a metodologia igual a de crianças ouvintes, sendo que estas percebem o mundo a partir de outra forma que não a auditiva, relacionar as palavras ao som e não a forma tornam o português uma língua complexa.
Essa especificidade se torna real quando este indivíduo adquiri através da Lei 10.436/2002 o direito de possuir uma língua própria a sua comunidade, colocando desta forma, a língua portuguesa no patamar de segunda língua para estes. O decreto 5.626/2005 veio para colaborar com esta decisão, pois ele estipula a criação de disciplinas de Libras e também estabelece sobre a formação destes profissionais, também estipula pelo menos 5% dos funcionários públicos capacitados para o uso da Libras.
Dá-se então o grande desafio para a efetiva educação das crianças surdas em todo o país, pois a grande maioria dos profissionais do campo da educação ainda não possuem conhecimento a respeito desta especificidade, quanto menos sobre a língua de sinais. Existem diversos incentivos do governo para que isso aconteça, mas a realidade mostra diversas carências no aspecto linguístico destas crianças, que ao chegarem às escolas em muitas das vezes ainda não sabem sobre a Libras ou como se utilizar dela.
Existe por isso uma inversão de papéis da escola onde na prática ainda acontece de surdos serem ensinados tardiamente por pessoas que diversas vezes também não são  fluentes na língua executando um papel errôneo de professores das crianças surdas onde deveriam apenas interpretar o que se passa em sala de aula. Quadros (1997) percebe que a aprendizagem da Língua de sinais pelas crianças surdas deve acontecer de forma natural e a interação social destas crianças o quanto antes com a comunidade surda é muito importante para um processo de alfabetização e letramento adequado e satisfatório.
A língua de sinais deve, portanto, ser concebida como língua materna das crianças surdas e estas deve ter contato com ela o quanto antes, a língua portuguesa é aprendida para ser uma língua de acesso ao conhecimento, assim como as demais línguas escritas. A língua portuguesa deve então, ser ensinada a partir da língua de sinais, baseada em técnicas de segunda língua. Aqui podemos saber que os surdos são visuais e os métodos devem estar de acordo a isso.
A escola possui um grande desafio, o de envolver a família do educando para que este realmente seja incluído, pois o aprendizado efetivo e a real comunicação a partir da Libras deve ser garantido a todo surdo. A escola portanto, tem o papel de difundir e disseminar e com essa atitude o letramento do individuo surdo deve ser de maneira realmente bilíngue, onde este consiga refletir sobre o português compreendendo-o a partir de uma língua significativa. 

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