O Grande Calvário dos Surdos, disponível em: falandocomasmaos.webnode.com.br, acesso:13/02/2016 as:11:25 a.m
Em
1855 chega ao Brasil um professor surdo francês Ernest Huet, e em 1857 abriu
uma escola para pessoas surdas. Esta história é rica de informações e pode ser
conferida em diversos periódicos do próprio Instituto.( www.ines.gov.br ) É interessante que ele
já possuía uma pequena observação a respeito da capacidade de aprendizagem ou
não da língua oral e a disciplina ”Linguagem sobre os lábios” era ministrada
apenas aos alunos que mostrassem aptidão para o ato.
Em
todo o processo histórico do instituto podemos observar a tentativa de
normatização e inclusão do surdo, oferecendo alternativas de educação e
profissionalização para eles nas diversas localidades que passaram a possuir um
órgão pertinente a educação destes indivíduos.
Apesar de todos os avanços trazidos ao Brasil para a educação de surdos,
os métodos utilizados não colaboravam para o desenvolvimento dos alunos surdos,
e muitos professores passaram a utilizar a língua de sinais para comunicar com
os alunos.
Ao término da década de 1970 o Brasil é
invadido pela corrente filosófica da Comunicação total, onde varias formas de
comunicação são possíveis para o entendimento, a mistura de gestos, mímicas com
oralização. Só então a metodologia
educacional dos surdos passou a tomar características diferentes, pois a
concepção de surdez passa a ser revista. E ao fim da década de 1990 o
bilinguismo toma parte dos surdos no Brasil, que passam a lutar para se
comunicarem em sua língua, uma língua de sinais que não depende do canal
auditivo para ser compreendida.
A
surdez como deficiência traz uma característica negativa ao individuo que
apenas utiliza outro canal para se comunicar, existe, portanto apenas diferenças
culturais distintas daqueles que são capazes de ouvir. A surdez vista a partir
do campo dos Estudos Surdos vê esta como uma característica que faz deste
individuo pertencente a uma cultura especifica, cultura muitas vezes sentida
apenas por quem realmente é surdo, Lopes (2010) mostra que a surdez deve ser
olhada de outra forma que não a da deficiência.
A
educação dos surdos passou por varias etapas, o oralismo, onde o maior objetivo
era o de fazer com que o surdo aprendesse a língua oral dominante e por vezes
proibiam os surdos de se comunicarem em sua língua; a comunicação total, onde
todas as formas e atitudes para existir a comunicação era permitida e por fim o
bilinguismo, onde os indivíduos surdos são visto de maneira a receberem uma
instrução da língua oral majoritária em característica de segunda língua utilizando
a língua de sinais como mediadora para alcançar o conhecimento.
O reconhecimento da
língua de sinais como meio legal de expressão desta comunidade a partir da Lei
10.436/2002, trouxe ao aspecto linguístico uma nova característica para as
concepções de linguagem e de educação dos surdos no Brasil. A caracterização
oficial da Libras como língua primeira dos indivíduos surdos no Brasil, fez com
que a escola e a educação revesse o papel desta na efetiva educação dos surdos
nas escolas ditas inclusivas.
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