Visitantes

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O processo histórico e as concepções de surdez, linguagem e educação de surdos;

O Grande Calvário dos Surdos, disponível em: falandocomasmaos.webnode.com.br, acesso:13/02/2016 as:11:25 a.m

A história dos surdos no Brasil e também no mundo, passou por diversas etapas e na maioria das vezes etapas de sofrimento e discriminação. As pessoas com diferenças de maneira geral sofrem ou sofreram algum tipo de discriminação, e o fato do surdo não ouvir é um grande problema para a aquisição da língua oral o que fazia do individuo surdo por muitas vezes ser confundido com uma pessoa desprovida de suas capacidades mentais. Desde 1880 no congresso de Milão a língua gestual é desaprovada e o método oral seria o mais adequado para a educação de surdos.
Em 1855 chega ao Brasil um professor surdo francês Ernest Huet, e em 1857 abriu uma escola para pessoas surdas. Esta história é rica de informações e pode ser conferida em diversos periódicos do próprio Instituto.( www.ines.gov.br )  É interessante que ele já possuía uma pequena observação a respeito da capacidade de aprendizagem ou não da língua oral e a disciplina ”Linguagem sobre os lábios” era ministrada apenas aos alunos que mostrassem aptidão para o ato.
Em todo o processo histórico do instituto podemos observar a tentativa de normatização e inclusão do surdo, oferecendo alternativas de educação e profissionalização para eles nas diversas localidades que passaram a possuir um órgão pertinente a educação destes indivíduos.  Apesar de todos os avanços trazidos ao Brasil para a educação de surdos, os métodos utilizados não colaboravam para o desenvolvimento dos alunos surdos, e muitos professores passaram a utilizar a língua de sinais para comunicar com os alunos.
 Ao término da década de 1970 o Brasil é invadido pela corrente filosófica da Comunicação total, onde varias formas de comunicação são possíveis para o entendimento, a mistura de gestos, mímicas com oralização.  Só então a metodologia educacional dos surdos passou a tomar características diferentes, pois a concepção de surdez passa a ser revista. E ao fim da década de 1990 o bilinguismo toma parte dos surdos no Brasil, que passam a lutar para se comunicarem em sua língua, uma língua de sinais que não depende do canal auditivo para ser compreendida.
A surdez como deficiência traz uma característica negativa ao individuo que apenas utiliza outro canal para se comunicar, existe, portanto apenas diferenças culturais distintas daqueles que são capazes de ouvir. A surdez vista a partir do campo dos Estudos Surdos vê esta como uma característica que faz deste individuo pertencente a uma cultura especifica, cultura muitas vezes sentida apenas por quem realmente é surdo, Lopes (2010) mostra que a surdez deve ser olhada de outra forma que não a da deficiência. 
A educação dos surdos passou por varias etapas, o oralismo, onde o maior objetivo era o de fazer com que o surdo aprendesse a língua oral dominante e por vezes proibiam os surdos de se comunicarem em sua língua; a comunicação total, onde todas as formas e atitudes para existir a comunicação era permitida e por fim o bilinguismo, onde os indivíduos surdos são visto de maneira a receberem uma instrução da língua oral majoritária em característica de segunda língua utilizando a língua de sinais como mediadora para alcançar o conhecimento.
O reconhecimento da língua de sinais como meio legal de expressão desta comunidade a partir da Lei 10.436/2002, trouxe ao aspecto linguístico uma nova característica para as concepções de linguagem e de educação dos surdos no Brasil. A caracterização oficial da Libras como língua primeira dos indivíduos surdos no Brasil, fez com que a escola e a educação revesse o papel desta na efetiva educação dos surdos nas escolas ditas inclusivas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário