Fichamento: Fayga Moreira, Gustavo Jardim e Paula Ziviani. Trabalho colaborativo e em
rede com a cultura. in: Pensar
e Agir com a cultura: desafios da gestão cultural. Org. Jose Marcio Bara ros e
José Oliveira Junior. Belo Horizonte. Observatório da Diversidade Cultural,
2011. 156p.
“O surgimento e o desenvolvimento das novas tecnologias de
informação e comunicação propiciaram a radicalização de um processo de difusão
da informação, dos fluxos financeiros no mundo e, como não poderia deixar de
ser, da produção e dos bens culturais.” P 81
“A produtividade passa a ser mais focada na informação para
geração de conhecimento e não mais na produção de bens em larga escala-
transformações do processo do trabalho que transitam da mecanização para a
automação e da automação para uma autonomia dos trabalhadores.” p 82
“A estrutura vê-se obrigada a rever o seu sentido de
“Capital-ista”, abrindo espaço para uma “capital-logia” que busca entender a
natureza do capital como o que é essencial, de importância cabal.” P82
“A valorização da energia criativa de todos os partícipes do
trabalho colaborativo ajuda a promover valores até então desgastados e
negligenciados pelo circuito de acumulação da forma tradicional de organização
trabalhista, sustentando um potencial político de mudança e um espaço publico
culturalmente crítico, onde os recursos financeiros deixa, de ser a única
medida da riqueza e a auto-organização libera os indivíduos da impotência e da
dependência (GORZ, 2005)” P 83
“a Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural,
produzida e publicada pela UNESCO em 2002, constata que “ a cultura se encontra
no centro dos debates contemporâneos sobre a identidade, a coesão social e o
desenvolvimento de uma economia fundada no saber”. A cultura é uma fonte
renovável, inventável e indispensável, além disso, encontra-se em todos nós.” P
83
“Embora os trabalhos colaborativos e em rede envolvam uma
infinidade de pessoas nos dias de hoje, essas formas de organização social não
são uma invenção contemporânea. Ao longo da história, muitos povos se
associaram de forma colaborativa com o objetivo de minimizarem dificuldades
coletivas ou alcançarem algum objetivo comunitário.” P 84
“no processo colaborativo a ênfase se dá na interação entre
os participantes e não na individualidade deles.” P 85
“O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e
comunicação, a informação disposta e produzida em redes e o seu constante fluxo
são processos que subsidiam e provocam novas práticas que reclamam por uma
relação diferente com a autoria”. P86
“Colaborar pressupões diálogo entre diferentes abordagens e
técnicas. Resultados inovadores normalmente são consequências de
experimentação, quando não de erros expostos ao debate.” P 87
“desafios exigem, num processo colaborativo, uma dose
acentuada de responsabilidade e comprometimento, uma vez que o que rege as
relações nestes casos é mais o interesse direto, do que fruto de imposições
contratuais. (...)Todos os colaboradores trabalham em todas as etapas do
processo e têm o direito de propor ou divergir em qualquer delas.” P 88
“a simples predisposição das instituições a experimentar a
descentralização e horizontalização das relações em um processo produtivo já é
um sinal saudável de renovação e nos oferece bases para discutir a aplicação de
tais tipos de propostas.” P 90
“Pode-se dizer que os processos colaborativos acontecem ou
não em um formato de rede; contudo, as redes, quando pensadas como uma
organização social, necessariamente pressupõe a colaboração. De modo geral,
esta distinção se dá em torno de dois eixos, basicamente: quantidade e
perspectiva coletiva. (...) A formação de redes, em geral, responde a questões
de ordem mais coletiva – um fazer conjunto, envolvendo um grupo mais extenso ou
diversos atores diferentes.” P. 90
“A ideia de rede é utilizada aqui como uma metáfora para
designar estruturas que apresentam três aspectos: quantidade, dispersão geográfica
e interligação (MARTINHO,2003)” P 91
“Uma rede, quando tratada como organização social, e não
como uma instituição ou entidade, as possui características que a distinguem de
outras formas de interação. São elas: multicentralidade, inexistência de centros
de decisão e poder, portanto inexistência de hierarquias.” p 91
“Para que os envolvidos em uma rede consigam trabalhar sem
centralização e como protagonistas, eles têm que criar espaços para que todos
possam dialogar, interagir” p 94
“Ainda que trabalhar colaborativamente e em rede, como já
dito, não seja nada novo, essas formas de organização não são naturalizadas em
nossa sociedade, que foi historicamente se adaptando a modelos centralizadores
e pouco participativos.” P 94,95
“Se entendermos a sustentabilidade como a capacidade de se
transformar no tempo, ao seu tempo, se adequando ou propondo novas diretrizes
de atuação, devemos olhar para o desenvolvimento destes tipos de processos e
procurar entender como eles avançam e se multiplicam, para questionarmos sua
viabilidade e legitimidade na busca de um novo padrão produtivo.” P 97
“Não é o fim dos chefes, mas uma relativização ao se fazer
disto um lugar de emanação de autoridade. As possibilidade que temos em
pequenos grupos de atuação cultural é o espaço para o diálogo e crescimento
compartilhado. (...) As redes de trabalho são a tradução disto num espectro
mais amplo. É nosso papel refletir sobre esta condição do trabalho nas
sociedade que vivemos. “ p 98
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